Monday, November 26, 2012

A Pescaria por Rinaldo

Eu falei para o Rinaldo publicar este texto, mas os dias estao passando e moco que anda muito ocupado nao arruma um tempinho para publica-lo. Deixa que eu faco! Entao vamos ao texto que precisa ficar registrado aqui porque eh muito bonitinho. Credito do papai Rinaldo :) o mesmo foi escrito enquanto estavamos em Malta..preciso contar para voces desta viagem!

A Pescaria

Nao me lembro ao certo a primeira vez que fui pescar com meu pai. Mas me lembro com clareza dos detalhes, dos momentos de cada planejamento, arrumacao do “material”, anzois, canicos, “esperas” e iscas. A sardinha tinha que ser salgada uns dias antes. O camarao nao podia ser muito grande. As cabecas eram usadas como “engodo” e aquele saco com uma mistura de areia e restos das iscas era atirado ao mar, a frente ao local de pesca, quase que junto de uma prece para que todos os peixes do oceano viessem para aquele exato lugar. Mais marcante do que a pescaria em si, pegar o peixes, eram os momentos em si. Era ele, meu pai, ao meu lado, com suas superticoes, estilo e companheirismo de sempre.

Ja se foram mais de 20 anos desde a primeira vez que fomos pescar juntos e os flashes voltam ativamente a minha memoria. Recentemente, nao mais do que duas semanas atras, fui pescar com Miguel, meu filho e amigo, de 7 anos. O lugar era Malta, em Sliema. Estavamos la de ferias e obviamente sem nenhuma vara de pescar ou algo parecido. Ele, muito excitado com a ideia, me fez andar por quase 30 minutos para chegar ate a loja de pesca. E de la saimos com tudo, ate iscas vivas. A alegria dele era imensa, assim como a ansiedade de pescar. E de maos dadas refizemos o caminho de volta para o charmoso apartamento em que estavamos. No caminho ele ia falando e fazendo planos, perguntando onde e quando iriamos pescar, o que acabou acontecendo somente no dia seguinte.

De manha bem cedo ele ja veio me chamar. “Pai, pai! Esta na hora, vamos, vamos?”. Um cafĂ© da manha rapido e la fomos nos. Na caminhada, de maos dadas, mais conversas regadas com sua rica imaginacao. Para nossa surpresa ao chegar no lugar escolhido, ja havia um senhor pescando, aparentemente sem muito sucesso. Tentamos um pouco e logo em breve veio a alegria. “Pai, pai! Acho que pegamos!” E quando o primeiro peixe veio ele explodiu de alegria. “Champions of the world! Champions of the world!” ele gritava sem parar. E na continuacao ainda disse: “Hey, fish!? What are your last words?”.. e mudando de voz respondeu ele mesmo “Bye, bye, ocean…”. E continuous pulando de alegria…

A pesca continuou por mais uns minutos e fomos embora.

E esses momentos, talvez nao mais de 2 horas, me remeteu para os momentos com meu pai e minha mente foi inundada de pensamentos de alegria e gratidao. Com uma breve prece agradeci pelo momento. De frente ao mediterraneo, com meu filho, fazendo algo tao simples e tao importante. Escrevo essas linhas como registro e para nao perder essa chama de gratidao, como um lembrete e alerta de nao passarmos despercebidos por oportunidades divinas como essas.